Montevideo...

Buenos Aires Cambalache.

Uma cidade muito longe num país muito grande, cosmopolita, a noite faise día no cantar dos pássaros que  tra-las janelas, agochan-se nos magnolios das beira-rúas. Buenos Aires nao dorme baixo savanas limpas, o sol é um espelho onde buscar as palavras perdidas de quem, sentado fronte um trago de ron, escrive em guarda-napos a milonga duma vida espurea. Sempre a procura das sombras dos ausentes, alguem coloreou sobre as paredes dos paredóns rosas brancas e azuis,
lembranzas de cores, saudades dos

fugidos que jamais voltarán

Buenos aires nao semelha um paraisso nem é um jardim botánico mas esconde rúas abertas,  rúas secionadas em maças, gentes que olham  o ceu e abren as portas a quem procura alento.

Um homem é uma naçao, Castelao herói, fica na lembrança dos miles de galegos no Río de la Plata.

De Salta a Cafayate pela Quebrada

A viagem pelo norte de Argentina vai devagar, pronto, sem pressas, em moto e entre montanhas abertas pelo tempo. A  choiva, que ao igoal ca um coitelo, dissemina na anatomía da terra cicatrizes de chumbo e sol. Os nomes tan evocadores da paissagem como  El Sapo, El Fraile, El Anfiteatro, La Garganta del Diablo...som patrimonio da Pachamama, uma riqueza que os nativos calchaquís conservan entre tradiçaos da memoria histórica.

Salta é uma cidade pequena, sen muito atrativo pero uma boa base para conhecer a provincia do mesmo nome. Nao é muito cara, bos hoteis e uma variedade gastronomica interesante. Em Cafayate gostei das caves pero nao do vinho, é uma vila sem muito encanto preparada para recibir turitas de autocarro.

Sempre a viagem pela Quebrada de Cafayate é muito linda, nao é desejável com muita calor mas sim longe dos autocarros de dormidos turistas.

O comboio das nuvens

O comboio das nuvens nao funciona. Faz muito tempo que o comboio fica na via morta ja que a explotaçao de mineral nao é rentável. Mas existe um projecto de façer um comboio das nuvens para turistas.
 A minha viagem foi pela estrada e em camiao. As paisagems, entre montanhas, se abrem pelo vento, sol e polvo som caminhos de ferro sem retorno e, nas minhas botas, gardo lembranças de camihos sem percorrer. Pasageiros ao comboi! berra o motorista do camiao.

 A minha viagem começa em Salta com destino a Antofagasta, moi cedo, sol e calor abafante, caminhos de terra atravesam aldeias de alta montanha, altitudes que chegam aos 4200 metros e gentes que descansam as portas das suas moradas. A comunidade colla é a etnia mais extendida e som agricultores e criam llamas em semi-liberdade. Mas também tecem lindas mantas com la de llama.

Neste dia a viagem rematou en Cafayate um bocadinho mais perto das nuvens.